segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Biguinha, a Bichana

Biguinha era a minha bichana predileta. Agonizou a noite toda sobre o tapete da sala, mas não soltava um lamento sequer, até morrer. Biguinha era uma gata parideira, e pela época da sua morte parira três filhotes, e passou por um parto dificultoso devido a sua idade. Liguei para uma clínica, de onde uma voz feminina me informou que talvez ela retivera um dos gatinhos, provocando rompimento uterino: aconselhou-me a rezar, já que eu não podia levá-la àquela hora da noite. Como me faz falta um carro!
É notório o comportamento dos animais na agonia. Enquanto uma simples dor de dente nos deixa exasperados e nervosos, eles tem um procedimento totalmente diferente do nosso: eles ficam ali no canto, silenciosos e resignados, não emitem um gemido ou lamento quando sabem que vão partir. E se vão com a certeza do encontro com a paz e a tranquilidade absolutas. Como Nosso Senhor Jesus Cristo.

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