segunda-feira, 6 de julho de 2009

Os Ensinamentos de Ana Karenina

A velocidade com que se desenvolve a tecnologia hoje em dia é algo assustador, um verdadeiro milagre - ou milagres, direi melhor. Dos anos oitenta para cá tenho visto uma quantidade imensa de progresso científico, com o aparecimento de mídias fabulosas as quais eu jamais sonhava que um dia veria, todas elas decorrentes desta fantástica Era das Comunicações, direcionadas ao nosso bem estar e entretenimento. A tecnologia do DVD é uma das mais fascinantes. Agora mesmo estou aqui no conforto da minha sala vendo um DVD dos Rolling Stones, uma imagem limpíssima, de um show de 1965, em preto e branco - aliás um material tão raro que eu jamais conseguiria dez ou vinte anos atrás. Todo dia chegam às bancas de revistas pacotes e mais pacotes de vídeos antigos em DVD e eu, privilegiadamente, trago sempre para casa. Virei um tecnomaníaco, principalmente agora que faço parte da turma da inclusão digital.
É um prazer incomensurável ver e ouvir aquelas coisas antigas nesse processo moderno que é a remasterização, e além de velhos shows de rock dos anos 60 e 70 muitos documentários e seriados estão sendo lançados em ritmo alucinante, verdadeira revolução na Cultura, Arte e Diversão!
E depois do show dos Stones, lá fui eu assitir um bom filme, o longa "Ana Karenina ", que narra uma estória triste mas sempre tendo algo para nos ensinar: assim é a Vida!
Primeiramente, gostaria de citar uma coincidência. Ontem fui receber um pacote de livros da Editora Record - por sinal, a única que mantém o serviço de Reembolso Postal. E, para minha surpresa, mandaram o volume "São Petersburgo ", de Salomon Volkov, no lugar de " Antologia da Poesia Francesa ". A princípio fiquei muito irritado com esse deslize da editora, e imediatamente a contactei ( pelo telefone ) porém o funcionário alegou desculpas banais e a coisa ficou por isso mesmo. A coincidência a qual me referi é que o ambiente onde transcorre o filme é exatamente naquela cidade russa. Tendo isso em vista, decidi ficar com o livro errado mesmo.
O filme - "Ana Karenina "- é uma grande produção dirigida por R. Rose, baseado na obra clássica da Literatura Universal de autoria do maior escritor russo de todos os tempos - Leon Tolstoi. E é, como a crítica nos revela, " um mergulho na psiquê feminina", narrando uma estória semelhante aos enredos com os quais nos deparamos todos os dias na nossa tela global. Tendo como tema central o adultério, a narrativa conduz a absurdas nuances de desfechos e realizações. Matando-se na final, a protagonista mantinha sonhos esquisitos, vendo nesses sonhos como iria se suicidar, o que gera no enredo um caráter de suspense atroz! Mas tudo isso sedá porque ela própria se envolve com problemas e drogas. Vivendo, a príncipio, feliz com seu marido - um conde de grande posição no Império - logo ela passa a ter ciúmes dele com uma princesa muito bela e passa a esboçar um comportamento ambíquo, irritadiço, beirando a agressividade e a loucura.
O filme é portanto a estória de uma mulher insegura e frágil, e, enquanto eu analisava essas matizes de comportamento, vieram-me à lembrança inúmeras passagens da minha vida nas quais eu também agia assim em função de fatores semelhantes. Mas eu sobrevivi, ainda que tenha caído inúmeras vezes, e hoje, nessa Era pós-Século XX uma grande decisão veio solidificar o meu soerguimento, uma decisão que tomei logo após assistir esse filme trágico, e eu desafio a todas as forças do Destino a dela me demoverem. Só lamento terem se passado dezenas de anos, mas nunca é tarde para aprendermos com os ensinamentos de Ana Karenina.

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